que seus desfiles são um espetáculo à parte todo o mundo sabe, pra essa
temporada não foi diferente. Embalado por uma música que eu conhecia apenas na
versão de Raul Seixas, Cambalache, entre outras o desfile foi uma apresentação
bem performática e conceitual afinal, foi inspirado em Pina Bausch, uma das
grandes coreógrafas do balé moderno que rompeu limites entre o palco e a platéia.
Ronaldo confessou que tinha vontade de homenagear Pina em uma de suas coleções
desde 2004, mas, adiou. Com o falecimento da coreógrafa no ano passado Ronaldo
resolveu realizar, enfim, a sua vontade.
A primeira coisa que
nos chama a atenção na passarela é o fato de Ronaldo ter colocado máscaras com
faces onde seriam os cabelos dos modelos e cabelos onde seria o rosto, deu um
efeito incrível e, assumo um pouco sombrio. Algumas peças acompanharam as máscaras
com a frente nas costas e vice-versa. Apesar de mais parecerem figurinos,
encontramos coisas bem usáveis como casacos com um tom acobreado em diferentes
modelagens e sapatos tipo Oxford que eu já quero.
Mais do que um desfile Ronaldo fez uma apresentação cultural
na passarela com o ponto central da coleção na infância, lutos, desencontros e
na necessidade do ser humano em ser amado afinal, a moda não é (e não deve
mesmo ser) algo tão superficial assim.
Cínthia Rosestolato
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